Seja leve, deixe simples

Quando eu passei, pela primeira vez, por uma crise de pânico, eu tinha certeza de uma coisa e somente dela: que eu iria morrer. 

Naqueles segundos cruciais, em que eu imaginava serem os meus últimos nesta vida, um imenso desespero tomou conta de mim. 

De alguma forma, acredito eu, nosso cérebro deve identificar o perigo e tentar passar rapidamente pela nossa memória as coisas mais importantes, aquelas que de fato, daríamos nossa vida para ter de novo. Talvez ele queira dizer exatamente isso. 

Ainda bem, no meu caso, tudo se passou apenas no campo da mente. Apesar de sentir verdadeiramente todos os sintomas, não havia perigo real para mim. 

E por isso, felizmente, a lição que fica é real: o que de fato importa. 

De lá pra cá, muita coisa mudou e ainda muda, todos os dias. Quando mergulho novamente no ritmo louco que esse mundo, muitas vezes, nos induz, tento sempre lembrar do: seja leve, deixe simples. 

Sempre que sinto perder a calma ou começa dar excessiva importância, para o que no fundo não tem, me lembro daquele dia fatídico, daquela experiência horrível, mas que me ensinou uma das mais valiosas lições que poderia ter: a vida é mesmo um sopro e que apesar de pensar na morte pode ser algo não muito bacana, é a certeza da sua chegada que ajuda fazermos cada passo dessa caminhada valer a pena.

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