Sabe quando você vai contar aquela história legal de uma coisa que fez, uma conquista, um trabalho, uma ideia, qualquer coisa desse tipo? Pois é! Lá em casa, nunca dizemos “eu” fiz, é sempre “nós.”
Então imagine, estou lá eu contando uma história que aconteceu comigo, seja em uma roda de amigos, em um curso ou em uma palestra e sempre incluo o “nós” e as pessoas esperam essa segunda pessoa aparecer, mas ela não aparece.
Ela não existe, pelo menos não diretamente.
Isso já me gerou situações muito embaraçosas e outras bem engraçadas.
Quando tinha idade suficiente para entender, perguntei aos meus pais o porquê, afinal, agora já sabia identificar o plural do singular e aquilo me pareceu bastante errado.
A resposta não era muito bem o que eu esperava, era apenas a explicação mais básica e racional que eu poderia ter: não fazemos nada sozinhos.
Muitas vezes temos a impressão que foi o nosso suor, o nosso trabalho. Mas a gente esquece a quantidade de pessoas que sempre estão envolvidas, seja torcendo, seja abrindo mão de momentos seus para de alguma forma nos proporcionar aquele tempo que precisávamos, seja as que nos motivaram, as que nos marcaram a vida, aquelas que nos deram um conselho que virou a “chavinha”.
Tem o dono daquele abraço, quem enxugou as lágrimas e o suor, quem deitou a gente no colo, teve quem acreditou, quem fez uma prece ou apenas confiou na nossa capacidade, silenciosamente.
Teve gente que nos ensinou uma única coisa que mudou tudo, que nos foi exemplo, que foi força, que caminhou antes e abriu o caminho.
Tenho pra mim que eles também falavam de gente que olha pra gente lá de cima, de quem protege, vela, torce, intui e guia e que você pode dar o nome que mais se conecta com você e com o que você acredita.
E foi assim que, nunca na vida consegui contar uma história sem incluir toda essa gente, de perto e de longe, os que passaram e os que permanecem, os que ficaram ao lado e os que eu nem fiquei sabendo, todos, que jamais me deixaram fazer qualquer coisa sozinha… ainda bem!
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