Dia desses li o relato de uma mãe em um grupo de mães empreendedoras que dizia que ela passaria tranquilamente 18 horas trabalhando, mas muitas vezes não consegue ficar 18 minutos brincando com o filho.
Eu a entendi perfeitamente. Brincar nem sempre é fácil pra mim. E quando eu digo brincar, é brincar de verdade, não é brincar enquanto cuida, enquanto dá banho, enquanto dirige, o que me refiro e acredito que a mãe do grupo também, é o de se entregar por inteiro àquela brincadeira.
De fato, muitas vezes eu preferiria trabalhar, sentar, escrever, criar. Meu trabalho me satisfaz de uma forma absurda. Mas, por mais que seja difícil no começo, quando eu me deixava brincar de verdade, seu sentia a mesma intensa e imensa satisfação, e a vontade de passar longas horas ali brincando. Ambas as situações me transportavam para um outro lugar.
E há algum tempo eu vinha me dedicando a entender melhor essa minha relação com o brincar (de verdade) e no meio dessa jornada li o livro da Shonda Rhimes, intitulado, O ano em que disse sim, e tem até a resenha dele aqui no blog.
Em um de seus capítulos, a Shonda conta de um sim muito especial que ela passou a dizer: o sim de brincar com suas filhas. Ela é mãe de 3 meninas, criadora de séries de muito sucesso, autora talentosa e reconhecida, produtora de outros programas, além de outros projetos e uma das mulheres mais poderosas da TV americana.
Ela conta que fez um acordo com ela mesma, e todas as vezes que uma de suas filhas a chamassem para brincar, ela diria sim. Claro que no começo não foi fácil e não o é em diversas situações, mas o mais emocionante são os resultados que ela conta, não só na relação dela com as filhas, mas na relação dela com o mundo e consequentemente com o trabalho.
Em outras palavras, ela quis dizer que aqueles momentos em que brincava de verdade com a filha, mesmo que fossem 15 minutos antes de ir a um prêmio, fizeram total diferença na vida dela de mãe, de mulher e de profissional.
Comecei a refletir a forma com que estava levando o brincar com as minhas filhas, sem fazer stories, sem gravar vídeos, sem olhar o celular, e comecei a dizer sim. Fiz um trato com elas e comigo, como o que a Shonda fez.
Estava esperando para escrever este texto, porque queria muito dizer com mais propriedade dos benefícios dessa experiência e só posso dizer que sinto muito por não ter começado antes.
Não quer dizer que eu não brincava, nem que não me desligava, mas com o fato de dizer sim para minhas filhas quando me chamam para brincar, criei um com compromisso elas e comigo mesma. De me forçar a desligar do trabalho, do que tem que ser entregue, do que tem que ser planejado.
Nem todas as vezes é fácil, nem todas as vezes é rápido, mas o meu acordo com isso me ajuda a manter o foco, a persistir e quando vejo, já estou lá usufruindo desses momentos tão únicos e tão especiais na minha vida e na vida das minhas filhas.
Tem me ajudado a relaxar, a me sentir mais conectada com elas, mais feliz como mãe e como pessoa, mas também têm me dado ótimos frutos no trabalho, onde me sinto mais tranquila para criar, mais criativa e mais conectada com meus objetivos.
Para quem não quiser ler o livro, mas se interessou pelo assunto, tem uma palestra da Shonda em que ela fala do livro, mas foca nesta experiência em especial, vale demais assistir:
1 Comentário
Já brincou com seu filho hoje?
10 de setembro de 2017 at 22:25[…] no blog da Bárbara Vitoriano sobre a dificuldade de algumas mães em brincarem com os filhos. (.Leia o texto aqui). Ela relata que em um grupo de mães,algumas afirmaram que poderiam passar horas no trabalho sem […]